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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Documentos digitais - A velha nova era.

 A reportagem é sobre o fato da Universidade de São Paulo (USP) adotar um dispositivo inédito de diplomas com certificação digital, este modelo estará disponível até o início de 2013. Mas antes alguns problemas arquivísticos relacionados aos documentos digitais.

Um dos grandes problemas dentro da realidade arquivística, seria a preservação de elementos característicos de sua proveniência, unicidade, indivisibilidade, integridade, naturalidade; ainda mais em documentos digitais. Para conter essa problemática, na década de 90, a comunidade arquivística internacional deu início aos primeiros estudos e projetos de pesquisa sobre a produção e preservação dos documentos digitais (no caso, diplomas com certificação digital). No Brasil, também cresceu a produção de documentos digitais, surgindo então uma necessidade de uma participação mais ativa por parte dos arquivistas na gestão dos documentos digitais. Criando o Arquivo Nacional e o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ). Outra questão ainda é levantada sobre a autenticidade, veracidade e confiabilidade documentos digitais.
http://serasa.certificadodigital.com.br/wp-content/uploads/2012/04/usp.jpg
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Lopez, faz uma distinção entre autenticidade e veracidade, afirmando que a "autenticidade está voltada para o processo de criação do documento, a veracidade está ligada diretamente a qualidade das informações que compões este certificado". Os diplomas com certificação digital são autênticos e verídicos, como diz a reportagem, onde até o secretário-geral da USP, Rubens Beçak, afirma que "com isso, vamos conseguir zerar as falsificações”. Mas nem tudo é o que parece ser. Pois devido a obsolescência dos componentes digitais, a sua preservação não se resume ao armazenamento em condições ideais, logo, esse documento será migrado para outro tipo de formato digital e possivelmente sofrerá alterações originais, o que diplomaticamente deixará de ser autêntico. 

Outros problemas ligados a produção, gestão, preservação e custódia dos diplomas (e documentos) digitais, ocorre onde muitos desses problemas são relativos aos próprios problemas arquivístico. A análise diplomática nos documentos digitais, que trata das características intrínsecas e extrínsecas, relacionado ao contexto de sua tramitação, é fundamental para solucionar tais problemas, já que visa a validação da autenticidade e legalidade do documento. Várias ferramentas arquivísticas podem ajudar a entender melhor a problemática. Para Lopez, o arranjo é essencial, pois ele "é a organização física de documentos de um fundo de acordo com o princípio da proveniência e com a organicidade da entidade produtora do arquivo", logo os diplomas digitais, como um documento, deve ser analisado a partir de um quadro de funções (num arranjo), e serem articulados num determinado fundo.

Para Duranti, a documentos legalmente autênticos "son aquellos que suportan una prueba de sí mismos, a causa de la intervención durante e después de su criación, de un representante de una autoridad pública que garantiza su genuidad". Aqui é preciso notar a dificuldade dos documentos digitais em suportar uma prova em si mesmo, devido a sua forma de preservação, confiabilidade e autenticidade. Duranti afirma também que a forma de um documento revela a sua utilidade, sua função administrativa dentro de cada espécie. Essa forma pode ser física, que se refere às características externas que fazem o documento ser capaz de cumprir sua função, ou seja "são as características que constituem a aparência externa dos documentos"; ou intelectual, que se refere aos elementos internos, que fazem o documento ser completo, "são todos os componentes que garantem sua articulação intelectual que são o modo de representação do conteúdo e as partes que determinam o teor do conjunto"

Esse mesmo conceito diplomático, cabe aos documentos digitais, aliás é por ele que pode se ter a ideia da totalidade do documento. Os diplomas com certificação digital, que tem por características externas o próprio software e seu sistema de integração dos diplomas, no caso, (o suporte, escrita, linguagem, signos especiais, selo e anotações), faz parte do trâmite e na identificação dos diplomas. Nos elementos internos (protocolo, texto e "escatolo"), seria a sua própria informação, o texto ali presente, o que permite ao usuário identificar quem foi o autor daquele ato, a data, o tipo, a informação contida.

Já o CONARQ, que tem por missão definir a política nacional de arquivos públicos e privados, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos; e exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo (site do CONARQ). Com isso, suas resoluções afetam direta e indiretamente os demais arquivos públicos, apesar da USP ser estadual. No que tange aos documentos digitais são as seguintes resoluções:
  • Resolução nº 20, de 16 de julho de 2004, diz sobre a inserção de documentos arquivísticos digitais em programas de gestão de documentos.
  • Resolução nº 24, de 03 de agosto de 2006, diz sobre transferência e recolhimento dos documentos digitais. 
  • Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007, diz sobre o e-ARQ Brasil.

Segundo Ruipérez, "o modelo de grupo Madrid está dividido em 10 seções: tipo documental, oficina de produção, destinatário, legislação, trâmite, documentos básicos que compõem o expediente, ordenação da série, conteúdo, a vigência administrativa e saída". Nesse trecho, Ruipérez afirma como um modelo demonstra o comportamento de um documento na sua função. Assim, pode-se ter diversos modelos de séries documentais. O que torna bastante importante para um modelo de documentos digitais, pois permite aos diplomas ter o seu próprio formato, mas mantendo a sua produção, trâmite, ordenação da série e saída.

 
Apesar do corretor ortográfico do Word não reconhecer, arquivologia é uma ciência que estuda basicamente os processos de criação, armazenamento e recuperação de informação, e assuntos correlatos. Nesse contexto, é óbvio que ela trata de documentos de todo tipo de universo. Sejam eles contábeis, administrativos, jurídicos e outros.  E os elementos que constituem os documentos independem, na maioria das vezes, do tipo de documento que está sendo trabalhado. Entretanto, é evidente que a interdisciplinaridade pode apresentar alguns aspectos específicos de um determinado modelo ou universo, e é justamente aí que reside a nossa problemática para a era da produção digital de documentos. 

A certificação digital pode garantir a autenticidade de um documento, assim como os metadados inerentes ao mesmo, mas e a sua veracidade? Essa se relaciona com o conteúdo e, portanto, não é simples atestá-la. A investigação do contexto em que o documento foi produzido torna-se mais difícil. 

Como exemplo, é possível falar sobre uma demonstração contábil de uma empresa qualquer que seja produzida digitalmente. Esses balancetes precisam ser escriturados e assinados por um contador. A assinatura digital resolve o problema... Mas a manipulação dos dados torna-se muito mais fácil e logo, sujeita a falhas. O mesmo acontece com documentos jurídicos, que podem ser criados com desvios dos fatos, comprometendo assim o tipo de análise. 

Enfim, a problemática de criação de documentos digitais é muito maior que essa pequena explanação acima, mas convém destacar que o papel do arquivista é fundamental nesse processo, pois é ele quem pode definir os mecanismos de controle desse processo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Link's sobre o Diploma na UnB


Para aqueles que estão preocupados com o seu Diploma de Graduação, aqui vai alguns link's do site da UnB, sobre como e a onde pedir o seu diploma, além da documentação necessária, esse conteúdo você encontra AQUI.
E para revalidação de Diploma para Estrangeiros de Graduação, você encontra AQUI


Fonte:

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

História do Diploma


O Diploma e a Diplomática


 
Bom, hoje falaremos um pouco sobre a origem dessa palavra: 'Diplomática'.
A história começou, aproximadamente no ano de 1643, quando jesuítas franceses decidiram publicar uma obra sobre a  vida dos santos, separando o que era lenda  do que era real. Logo no início um dos jesuítas percebeu que havia um diploma falso assinado pelo rei Dagoberto I, fazendo com que outros diplomas se tornassem inválidos mesmo tendo sido preservados e tratados como autênticos pelos beneditinos da Abadia de Saint Denis. O jesuíta então julgou como não verdadeiro alguns dos documentos presentes nos arquivos da Ordem de São Bento. Os beneditinos nada satisfeitos, já que se achavam especialistas em busca e reprodução de documentos, declaram guerra aos jesuítas, o que deu início ao que se chamou de Guerra Diplomática. Um dos beneditinos que se encontrava no local justamente para a publicação da vida dos santos de sua Ordem, decidiu, anos mais tarde, responder ao julgamento do jesuíta baseando-se em uma obra chamada : De re diplomatica libri Sex, onde eram mostradas algumas regras para críticas textuais. Através de pesquisas em acervos eclesiásticos franceses, alemães e italianos ele conseguiu elaborar procedimentos relacionados à autenticidade e à análise dos atos. E que até hoje, com aprimoramentos, vem sendo adotados. Assim, nasce o diploma como meio de "validar" um estudo, ou seja, um certificado emitido por uma intituição que comprova, que uma determinada pessoa, fez algum curso, num determinado tempo e espaço.
Portanto, a diplomática é o estudo sobre a autenticidade dos documentos e a "veracidade" em seu valor. Esse estudo só é possível, mediante a elementos e ferramentas que permitem melhor a sua análise, tais como o suporte, espécie, formato, forma, gênero, função, língua, produtor entre outros, e a sua estrutura do documento e do diploma.


Fonte bibliográfica: BELLOTO, Heloísa Liberalli.Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de arquivo.Como fazer vol 8. Arquivo do Estado e Imprensa Oficial do Estado.São Paulo 2002. pgs 15 e 16.